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Homenageado póstumo no 17º Fest Aruanda, Jurandy Moura.

Homenageado póstumo no 17º Fest Aruanda, Jurandy Moura.

Jurandy Moura da Silva foi um ilustre jornalista, poeta e cineasta Taperoense que infelizmente com apenas 40 anos de idade (1940-1980) foi retirado de nosso convívio em um acidente automobilístico, se aventurou nas artes e fez de tudo um pouco criando um grande legado que permanece vivo e extremamente atual, mesmo após 82 anos de sua morte. Esse ano, de 1 a 7 de dezembro, Jurandy será um dos homenageados póstumos do Festival Aruanda, que já se consagra em sua 17° edição.

Conhecido como o jornalista que levou o Correio das Artes a uma nova fase, Jurandy conseguiu transmitir sua visão artística através de vários caminhos ao longo de sua carreira, poesia, cinema, movimentos culturais, entre outros. Em maio do ano passado sua vida e obra foram registradas no livro "Iluminuras e Outros Poemas", publicado pela Editora A União.

William Costa (diretor de Mídia Impressa da EPC)  explicou em entrevista cedida ao Correio das Artes que, seja por um ou outro motivo, alguns escritores e escritoras tiveram sua vida e obra caídas no esquecimento, como é o caso do jornalista, poeta e crítico de literatura e cinema Jurandy Moura. “Seu legado poético precisava chegar até as novas gerações. E isso foi o que motivou a EPC, por meio da Editora A União, ao publicar uma antologia de poemas desse autor”

Repleto de criatividade e talento, o currículo do Jurandy é um verdadeiro testemunho de sua adaptabilidade artística, sempre manteve um bom relacionamento com a comunidade artística de sua época. Em 1970 se aventurou na produção cinematográfica, atuando como assistente de direção do filme O Salário da Morte, de Linduarte Noronha, tal produção é considerada o primeiro longa metragem rodado em 35mm na paraíba. Apaixonado pela área começou a se enveredar em sua própria produção como diretor com o documentário em 16mm intitulado "Padre Zé Estende a Mão" sua viúva Carminha declarou em uma das passagens no livro "Iluminuras e Outros Poemas" que a obra cinematográfica mostra a estória do trabalho social desenvolvido no centro de Formação para jovens estudantes e o tratamento de doentes no Hospital Padre Zé, ambos em João Pessoa, custeados com recursos coletados pelo padre José Coutinho.

Ainda segundo Carminha no livro "Iluminuras e Outros Poemas", o documentário foi iniciado com recursos próprios do Jurandy e a montagem final foi feita mediante acordo na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM).

Jurandy Moura viveu sua vida em função da arte, fosse trabalhando ativamente nela ou desempenhando o papel de crítico sobre ela, com uma visão a frente de seu tempo, durante o trabalho como editor do Correio das Artes, abriu espaço para novos talentos transformando o Correio das artes em um lugar de todos e pra todos. Carminha afirma em entrevista ao correio das artes em 2021 que ele poderia ter produzido muito mais se não fosse o acidente automobilístico naquela tarde de 5 de novembro de 1980. “Ele dirigia o próprio carro, uma Brasília, por volta das 17h, quando ocorreu o acidente na cidade de Bayeux. Somente tarde da noite, entre 21h e 22h, recebi a notícia do acidente”, salientou, acrescentando que ele “era um bom pai e um homem educado. Tinha muitos amigos, todos do cenário artístico”.

Por Débora Lucia

 


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